quarta-feira, maio 27, 2009

Honestidade.

Vamos ser todos honestos. Bora? Eu posso ser a primeira.
Mas de que vale a honestidade se ela própria é uma mentira que inventamos para nós próprios, para nos sentirmos mais limpos? Será?
Ou será um cliché?
Não gosto de clichés, nunca gostei.
Taçvez eu própria seja um. Banal.
Ou talvez não.
A verdade é que eu não queria estar aqui agora. Cliché.
Não queria estar aqui sozinha agora. Cliché.
Ainda por cima aqui neste cubo sem espaço para mim e os meus sentimentos felizes de infância.
Queria ter alguém ao meu lado para me fazer esquecer que o fim está perto... Bolas, tão cliché.
E tu, ris-te...
Ris-te apenas deste meu grito mudo.
Sabes qual é?
Tal e qual como Tereza gritava em silêncio
E olhava para Tomás, e sabia que o cheiro que vinha dos cabelos dele era do prazer que dava a outras mulheres.
A Insustentável Leveza de Ser... o que é isso? Não é um cliché.
Já não sei se vale a pena continuar a escrever. Sinto falta...
E tu ris-te.
Já desejei viver, já desejei morrer.
Já desejei que tu morresses, que toda a gente à minha volta morresse.
Já desejei ficar sozinha no mundo.
"E a verdade é que a saudade do que passou não é mais que muita"
E quando me dizias
"Bem-vinda a casa - Numa voz bem calma
Acabando de entrar pensava - Como reconforta a alma, nunca tão poucas palavras tiveram tanto significado..."
Agora cito Da Weasel. Cliché?
Mas a vida continua, vai fluindo como tudo o resto.
E tu ris-te.
E eu estou aqui a tentar ser honesta, a tentar escapar ao cliché sublime da vida.
Sei que amanhã quando acordar não me vou lembrar por isso,
Bora foder? Perguntas-me...
É isso é. Eu quero é que te fodas.
Queres mesmo que seja honesta?
Estou farta de ti.
De ti, de mim, de todos.
Deixa-me, porra. Deixa-me com meus livros.
Tu tens a tua vida, eu tenho a minha mania.
Já desejei qe tudo isto não passasse de um sonho.
Já desejei não acordar.
Talvez isto tudo não passe de um epitáfio no meu túmulo.
Pessimista? Não. Pessimismo é cliché.
Muito menos realista, de modo nenhum optimista.
Isto é aquela honestidade surreal de que tanto falam por aí.
Por enquanto deixo tudo ir....
E quando der por mim provavelmente acordo no sofá e descubro que tudo isto não passou realmente de um sonho...
E tu?
Tu ris-te..
Nao me resta nada, sinto nao ter forcas para lutar,
É como morrer de sede no meio do mar e afogar,
Sinto-me isolado, com tanta gente à minha volta,
Voces nao ouvem o grito da minha revolta.
Choro a rir, isto é mais forte do que pensei,
Por dentro sou um mendigo que aparenta ser um rei.
Nao sei do que fujo, mas esperanca pouca me resta,
É triste ser tao novo e ja achar que a vida nao presta.
As pernas tremem, o tempo passa, sinto o cansaco,
O vento sopra, ao espelho vejo o fracasso,
Dia amanhece, algo me diz para ter cuidado,
Vagueio sem destino, nem sei se estou acordado.
Sorriso escasseia, hoje a tristeza é rainha,
Nao sei se a alma existe, mas sei que alguém feriu a minha.
Às vezes penso se algum dia serei feliz,
Enquanto oico uma voz dentro de mim que me diz...

Mantém-te firme,
quando pensares que nao consegues lutar,
que o mundo vai acabar,ouve a voz dentro de ti!
Mantém-te firme,
nao te esquecas que podes sempre escolher,
ninguém te pode vencer,
usa a forca dentro de ti!

Nao ha dia que nao pergunte a Deus, porque é que nasci,
Eu nao pedi, alguém me diga o que faco aqui,
Se dependesse de mim teria ficado onde estava,
Onde nao pensava, nao existia, nao chorava,
Sou prisioneiro de mim próprio o meu pior inimigo,
Às vezes penso que passo tempo demais comigo.
Olho para os lados nao vejo ninguém pra me ajudar,
Um ombro para me apoiar, um sorriso para me animar.
Quem sou eu? Para onde vou? Donde vim?
Alguém me diga porque é que me sinto assim.
Sinto que a culpa é minha, mas nao sei bem porque,
Sinto lagrimas nos olhos mas, ninguém as ve.
Estou farto de mim, farto daquilo que sou, farto daquilo que penso.
Mostrem-me a saida deste abismo imenso.
Pergunto-me se algum dia serei feliz...

Tento nao me ir abaixo mas, nao sou de ferro,
Quando penso que tudo vai passar, parece que mais me enterro,
Sinto uma nuvem cinzenta que me acompanha onde estiver,
E penso para mim mesmo, sera que Deus me quer?
A vida é uma granda merda, e depois a morte,
Cada um com a sua sina, cada um com a sua sorte.
Nao peco muito, nao peco mais do que tenho direito,
Olho para tras e analiso tudo o que tenho feito.
E mesmo quando errei foi a tentar fazer bem,
Nao sei o que ódio, nao desejo mal a ninguém.
Ha-de surgir um raio de luz no meio da porcaria,
Porque até um relógio parado esta certo duas vezes por dia!
Vou aguentando, a esperanca é a ultima a morrer,
Neste jogo incerto que resultado, nao posso prever,
E quando penso em desistir por me sentir infeliz,
Oico uma voz dentro de mim que me diz...

Mantém-te firme...
(BOSS AC)

segunda-feira, maio 18, 2009

window, let day in, and let life out.

"Parting is such sweet sorrow that
I shall say goodnight till it be morrow"

"O fortune, fortune! all men call thee fickle:
If thou art fickle, what dost thou with him.
That is renown'd for faith? Be fickle, fortune;
For then, I hope, thou wilt not keep him long,
But send him back."



(Juliet, Romeo and Juliet)

quarta-feira, maio 13, 2009

Exit Music (for a film)

Deixa... Esquece...
Vive... Respira...
Come... Bebe...
Esquece...
Apaga...
Acorda de uma vez por todas...
Limpa as lágrimas...
Sorri...
Sorri, caralho...
Levanta a cabeça...
Levanta-te...
Deixa... Esquece...
Vive... Respira...
Sorri... Acorda...

domingo, maio 10, 2009

Olho para trás e despeço-me. Percebi de repente que quando me voltar para a frente tudo aquilo será passado e, tal e qual como tudo o que passa, deixará em mim uma marca, um peso. Se pudesse voltar atrás talvez teria feito as coisas de maneira diferente...
Continuo a olhar pelo vidro a ver aquilo desaparecer e não consigo evitar um sorriso e uma lágrima no canto do olho. Repito para mim o velho provérbio alemão "Einmal ist Keinmal" (Uma vez é o mesmo que nunca"), volto a Kundera, à imagem de Tomás que olha para o prédio em frente sem saber o que fazer...
Einmal ist keinmal... Só se vive uma vez e nunca se pode voltar atrás...
Limpo a lágrima, volto-me para a frente e fecho os olhos.
Estou prestes a adormecer... Não dormi toda a noite... Mas de repente um raio de sol bate-me na cara e subitamente sinto aquela leveza... aquela insustentável leveza de ser.
Sinto-me outra vez uma andorinha que vai com o vento...
Não sei onde será a próxima paragem.
Sei que na anterior sorri e chorei, assim como sorrirei e chorarei na próxima.