terça-feira, novembro 16, 2010

Hallelujah

Acredito no amor. Mesmo quando não sabia exactamente o que era, quando não passava de palavras bonitas em livros e imagens em filmes, sempre acreditei no amor. Mesmo quando não acreditava que ele existia, sempre acreditei no amor. E vou sempre acreditar.
Porque a pele levanta-se em pontinhas pequeninas. Arrepios.
Porque o estômago parece enrolar-se como o meu cão quando tem medo.
Porque as lágrimas escorrem mesmo sem eu estar triste. Muito pelo contrário. Quando quero parar o tempo para sempre naquele instante único nos teus braços.
Sim, sou eu a falar. Eu que fui céptica. Que achava o amor uma belíssima discussão, com um copo de vinho tinto e cigarros. Que me achei única no mundo por ser inatingível pelas setas do cupido. Eu que dizia "Serei solteira para sempre e viverei nas águas furtadas com um par de amantes italianos ou franceses, artistas".
Sim, sou eu. Eu acredito no amor. Porque ele existe. Ele acontece. Ele é real. Não é bonito. Não é perfeito. Tem o antes e o depois dos frames idílicos do cinema. É um medo constante de me deixar dominar, de me perder, de te perder. E leva-me a chorar por vezes. E ficar chateada. E dói, por vezes. Quando é confrontado com a realidade simples e banal do quotidiano.
Mas o amor é uma coisa natural. Como o ar, como a água. O amor faz-me não ter frio à noite. Faz sorrir com uma palavra, com uma mensagem no ecrã do telemóvel. Faz querer deixar de fumar. Faz querer ser magra e bonita. Dá prazer de cozinhar. Dá os doces tremores da expectativa. Abrir-te a porta, ir ter contigo, dar-te um beijo, por a cabeça no teu ombro, segurar a tua mão, olhar para ti e constatar que és a pessoa mais bonita do mundo. Eu acredito no amor. Porque acredito na vida. Porque acredito que quando chove, é porque as flores têm sede. Eu acredito no amor, porque quando abri a janela hoje estava tanto sol e depois olhei para ti e tu estavas a olhar para mim e eu não queria mais nada para ser feliz. Apenas naquele instante, mas feliz.

segunda-feira, novembro 08, 2010