terça-feira, abril 29, 2008

Não tenho culpa.
Estou completamente embriagada com palavras e acções.
Estou mais que viciada em livros e apetece-me inspirar solidão como se inspira o fumo do cigarro.
Não tenho culpa.
Simplesmente não me apetece ver nem ouvir.
Estou cansada de gestos exagerados e piadas desmedidas.
E admito que tenho saudades tuas.
E se me perguntares se tive alguém durante a tua ausência... Eu digo que tive.
E se tu me perguntares porque é que falo no passado, eu respondo
"He didn't like my hat"...
E seja qual for a próxima pergunta eu digo-te...
"There's something we must do as soon as possible..."
Qual é?
"Fuck..."

Navalha.

Observa-a à distância. Nunca te aproximes, podes vir a sofrer consequências negativas.
Não te aproximes, porque ela não vai deixar.
Por detrás daquele sorriso, por detrás das respostas superficialmente arrogantes esconde-se um mundo. Nunca chegarás a esse mundo porque te perderás no caminho.
Ela pode encurtar a distância mas nunca o suficiente.
Ela acha piada à atenção. Ela acha piada a respostas inteligentes. Ela simpatiza com personalidades fortes.
Mas nunca é suficiente. Tão depressa encurta a distância como corta o fio que vos parece prender.
Nunca é suficiente. Nunca ultrapassa as barreiras da razão.
Será sempre só mais uma recordação.
Agora se vale a pena ou não. Nunca saberás, porque ela não faz questão de dizer.
Foge. Esconde-te.

terça-feira, abril 22, 2008

Débora

Era o seu momento preferido do dia. Apagar a luz, fechar os olhos e abstrair-se da realidade, deixar-se ir pelo mundo dos pensamentos e reflexões que a pouco e pouco a levariam aos abraços de Morfeu. Era quando ela se esquecia dos que a rodeavam no dia-a-dia, aqueles que a faziam mergulhar num profundo aborrecimento das conversas casuais sem qualquer tipo de interesse. Esquecia-se dos problemas financeiros, dos dramas de lava-loiça, disto e daquilo. Flutuava muito acima das estrelas e muito para além dos planetas, voava segundo a velocidade mais rápida do Universo - o pensamento.
Quando fechou os olhos esta noite, não foi diferente.
Quando os abriu, minutos depois, estavam cheios de lágrimas.
Levantou-se, acendeu a luz e olhou-se ao espelho. Viu uma cara triste, com semi-círculos cinzentos por baixo dos olhos e rugas causadas pelos sorrisos convenientes. Era cansaço. Cansaço.

sábado, abril 19, 2008

Quando já não há nada a fazer...

Fechar os olhos e aproveitar a efemeridade.

sexta-feira, abril 11, 2008

quinta-feira, abril 10, 2008

segunda-feira, abril 07, 2008

Ticket to ride.

Quando nada parece fazer sentido, nem as letras se encaixam para formar uma frase com pés e cabeça.
Apetece-me fazer chá de cidreira.
As gotas de cuva nunca caem da mesma maneira. Também dizem que não há dois flocos de neve iguais...
Quando não há nada, acaba sempre por haver alguma coisa que sobressai. Que não nos deixa ficar sozinhos nesta luta por aquilo em que se acredita.
Parece absurdo... Mas vamos agarrar no voltante e arrancar em contra-mão. Vamos ser alices. Vamos atrás do coelho branco que entra pela janela da casa-de-banho porque é ele que nos vai levar para fora do buraco negro onde somos olhados de lado porque não precisamos de idolatrar para viver.
Ainda que não tenhamos o mesmo bilhete, temos o mesmo destino que ninguém nos garante que iremos alcançar. Destino esse que une muitos e poucos desde sempre.

sexta-feira, abril 04, 2008

"Ciao, bambino, sorry"

Quando me virar de costas vou adorar ouvir as mesmas vozes dizer "ainda bem" e vai-me saber tanto melhor dizer baixinho "ainda bem". É uma sensação única.

É destino. Circunstâncias de coincidência. É óptimo.

"Sei como se deve viver, devemos trabalhar, esforçar-nos..."

E eu vou correr.
Correr daqui para fora e apanhar o arco-íris. E quando chegar ao violeta, prometo mandar mensagem.

Alguém me acompanha?