domingo, janeiro 31, 2010

Masturbação 3D

Surgiu-me isto ontem a descer do Taborda cá para baixo e durante o dia tem voltado e voltado à cabeça.
Masturbação... um acto de apenas um indivíduo.
Tornou-se quase uma doença...
Masturbação na arte, nas conversas, em sentimentos e até nas relações humanas.
Há quem goste de falar para parecer inteligente frente aos outros, para se sentir superior. Masturbação.
Há quem invente coisas porque lhe faltam factos no quotidiano, espalha-os a quem quiser ouvir, fala dos males dos outros criticando. Masturbação.
Peças de teatro, filmes, quadros que não transmitem mas impõem algo que não se compreende, não se atinge nem toca nem comove nem sequer repugna. Masturbação.
Até o sexo virou masturbação. Ele chega e vai-se embora. Ela aparece, faz e desaparece.
O amor deu lugar ao amor-próprio...
O que é que aconteceu ao sexo da vida? Dar prazer recebendo e receber dando?
Criar porque algo dói cá dentro. Porque tens algo a dizer. Porque queres provocar sensações em alguém. Partilhar. Dar.
Falar. Ouvir. Falar. A sede de uma conversa de madrugada com um copo de whisky à frente. Telefonar para ouvir uma voz que não ouves há muito tempo.
Amar porque sim. Gostar porque sim. Sentir porque sim.
Agora desprezamos os antigos.
Rotulamos de parvoíce o romantismo.
Orgulhamo-nos de ser insensíveis a tudo.
Orgulhamo-nos de não saber sentir.
E no final ficamos vazios.
Só conhecemos o prazer individual.

Já chega.
Não era nada disto que as nossas mães nos desejavam quando nos embalavam no berço e nos davam de mamar.
Não era assim que queríamos ser quando íamos ao cinema no Domingo à tarde de mão dada.
Não era com estes olhos que víamos um Mundo maior que nós.
Chega.

Não quero ver onanismo em palco.
Não quero vê-lo na vida.
Pelo menos, não na minha.

sábado, janeiro 30, 2010

2. 2. tango.

Yes it's all false love and affection
You don't like me
You just want the attention

I'm not your toy
This isn't another girl meets boy

La Roux

sexta-feira, janeiro 29, 2010

figured me out

Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inlcusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora da minha própria vida.

Clarice Lispector.

quinta-feira, janeiro 28, 2010

true story

welcome to the age of "uninnocence"

terça-feira, janeiro 26, 2010

Não quero dormir sozinha.

Irina

"Para onde foi que desapareceu tudo? Para onde foi?
Ah! Meu Deus! Esqueci-me de tudo... tenho tudo baralhado dentro da minha cabeça...
Esqueci tudo, cada dia que passa, esqueço, e a vida passa e nunca mais vai voltar..."
(3ºActo)

"Que hei-de eu fazer? (Chora) Nunca amei ninguém em toda a minha vida. Ah! E sonhei tanto com o amor!
Sonhei com o amor, dia e noite durante muito tempo...
Mas agora a minha alma é como um piano muito raro que alguém fechou com uma chave que se perdeu. (Pausa)"
(4ºActo)

Tchekhov, Três Irmãs

segunda-feira, janeiro 25, 2010

Tu e eu.Não nós.

Porque é que és assim?!
Quem te manda? O que é que te faz chorar e berrar e partir a louça?
Porque é que insistes em ser como ela? Porquê? Insistes em destruir o que construiste. O que construimos juntos. Porquê?
Só peço não ser como tu. Como ela.
Dizem que genética é incombátivel. Por favor, não ser como tu. Como ela.
Tens medo? Choras? Tinhas tudo e insistes em ser nada.
Tiveste tudo e não queres nada agora.
Porquê?
Já não sou a menina pequena.
Já não sou o teu cavaleiro andante que te foi buscar ao cu de judas quando armaste mais uma das tuas fitas. Já não sou. Cansei-me.
Levaste-me ao delíriro, levaste-me à exaustão. Por ti corri um mundo e outro. Só por ti, ainda que não acredites. Não vais voltar a fazê-lo.
Queres bater com a porta e partir para outras paragens? Força.
Desta vez, não te vou parar.
Desta vez não.
Eu só não quero... é ser como tu. Como ela...

domingo, janeiro 24, 2010

sábado, janeiro 23, 2010

Tiffany's

Gostava de saber como é voar.
Estar acima do quotidiano e da realidade.
Saber como sabem as estrelas e qual é a verdadeira cor da noite.
Pega-me ao colo, leva-me até aí. Deixa-me voar contigo uma vez.
E depois... pousa-me no chão, dá-me um beijinho na testa e deixa-me seguir caminho com os pés na terra que ambos sabemos que não sei viver enjaulada.

virtude do vício

Para tornar a realidade suportável, todos temos de cultivar em nós certas pequenas loucuras.

(Marcel Proust)

sexta-feira, janeiro 22, 2010

Leveza.Acaso.

O Kundera sabe. Sempre soube. Acasos.
E eu sei que ele sabe ou não me refugiaria nas suas páginas cada vez que me sinto triste, sozinha, indecisa ou perdida.
Um simples gesto.
Uns dois minutos a mais ou a menos.
Virar à esquerda ou à direita.
Alguma coisa acontece.
E é isso que me choca. Me assusta e alegra e dá razões para pedir mais e mais.
Acusas-me, brincando, de coisas que eu nunca faria. Outra qualquer. Eu nunca.
Não por ser especial, mais inteligente, mais esperta... Só porque não seria eu.
Eu rio-me. Olho.
Não é nada de especial, de original, diferente ou mágico. Não. É assim, pura e simplesmente. E isso dá-me mais gozo.
A música que toca, tocava de manhã na aparelhagem quando eu era pequena.
O cheiro era tão acolhedor que petrifiquei por momentos.
E é assim. O acaso funciona por mim.
Fosse outra música ou outro cheiro talvez eu não tivesse escrito nada hoje.

domingo, janeiro 17, 2010

pulga na balança



"You musn't give your heart to a wild thing. The more you do, the stronger they get, until they're strong enough to run into the woods or fly into a tree. And then to a higher tree and then to the sky."-
Holly Golightly



"You call yourself a free spirit, a "wild thing," and you're terrified somebody's gonna stick you in a cage."
- Paul Varjak

(Breakfast at Tiffany's)

segunda-feira, janeiro 11, 2010

maybe

Dez minutos sentada nas escadas da rua, a ver se aclarava as ideias. Quase morri de frio. E as conclusões que tirei não adiantaram de muito (excepto o facto de ser capaz de ser produtivo o uso de casaco em pleno Janeiro).
Acho que não era nada disto que eu queria dizer.

terça-feira, janeiro 05, 2010

15h 15m

A curiosidade matou o gato.

Mas... os gatos têm sete vidas...





E eu? Por quanto tempo mais?

No scrubs.

Odeio o som da tua voz. Não posso com a tua cara. Irrita-me a maneira como ages. Detesto realmente o que fizeste com a tua cabeça. Não tenho palavras para descrever a forma como te comportas. Não és bonito. Nem sequer tens nada de especial em todo o teu ser. É frustrante estar contigo no mesmo espaço ao mesmo tempo porque não temos nada em comum.
Apesar disso, a minha vontade é raptar-te e ficar a olhar para ti durante horas.

segunda-feira, janeiro 04, 2010

Bem-vinda a casa

numa voz bem calma.




E agora. 2010.