quinta-feira, maio 22, 2008

Pode ir para a esquerda
Pode ir para a direita
Ela é rainha, joga em todas as direcções.

segunda-feira, maio 12, 2008

Forgive me Father, for I have sinned...

domingo, maio 11, 2008

segunda-feira, maio 05, 2008

Little drop of poison

Tem sido sempre assim.
Tu berras e choras, bates com a porta, finges que não ouves.
Podes falar à tua vontade, dizer que toda a gente é merda e tu também.
Sente-te actriz num grande palco tão iluminado como a minha casa de banho.
E vai ser sempre assim.
Parte uns pratos, dá uns murros. Faz isso se te faz sentir melhor.
Diz que a vida para ti tem tanto significado que podes cruzar os bracinhos e as perninhas e aceitar a morte como oferta.
Sorri para nós qual mona lisa da esquina.
Cala-te mulher.
Guarda para ti aquilo que podias contar ao vizinho do lado.
Cala-te. A tua voz irrita, porra. Parece um dedo de miúdo a brincar com o vidro do carro.
Sai. Vai-te embora.
Faz uma viagem de barco.

Sentes-te melhor, minha filha da puta?

Do you dance, mr.Darcy?

Com a subtileza dos sorrisos educados olhamos pelo canto do olho à espera de ver, de captar alguma coisa.
Um copo de vinho tinto em cima da mesa, um quadro de Turner e outro do Degas nas paredes.
Vestidos de gala, figuras dignas da passarelles de Milão e Paris.
Simplicidade de uma gargalhada.
Elegância de uma frase bem-construída.
No entanto ele não participa, não quer conhecer, não quer saber. Fica queito a observar com um olhar superior.
Quem és tu, porra?

sábado, maio 03, 2008

"Come chocolates, pequena..."

Deixei de pensar, calcular e interrogar-me.
Deitei fora a balança dos sentidos.
Esqueci-me da importância das coisas, da lógica, dos cálculos e do racionalismo.
Agora, acordo e sorrio.
Dedico mais um minuto às coisas menos importantes.
Perco tempo como quem ganha.
Dou beijinhos à minha mãe porque ela merece.
Ouço Shubert antes de adormecer porque deixei de expulsar o meu pai do computador.
Dou largas à minha imaginação quando posso soltar a minha língua afiada no endereço de alguém que assim merece.
E tudo isto dura instantes.
Instantes...
Fora esses, continuo a ser igual. Igualzinha.
Continuo a fugir com a mesma habilidade que apareço, continuo a tremer com cada olhar dele, continuo a ser arrogante, convencida e antipática.
Mas aqui tão perto, está uma razão para sorrir.

E assim vou comendo chocolates com mesma verdade com que sempre comi.

sexta-feira, maio 02, 2008

Roxanne

Parte o copo de champanhe, deita fora as perucas e as máscaras.
Guarda por enquanto os sapatos brilhantes e calça os teus All Star, limpa o rímel e o risco, tira os quilos de base e o batom vermelho.
Esquece os telefonemas e as mensagens.
Caga nas mentiras e nos boatos.
Veste as calças de ganga rasgadas e a t-shirt dos Pink Floyd. Lava a cara e esquece...
Esquece...
Esquece...
Mete a mochila às costas e vai em viagem.
Não vás de avião nem naquele cruzeiro fabuloso que vês todos os dias da janela do quarto dele.
Vai de comboio.
Tem mais paragens.
Se calhar numa delas...
Se calhar...

quinta-feira, maio 01, 2008

Nada, miúdo, nada.

Lágrimas. Sinto-as a escorrer pela cara, enquanto leio as linhas. As entrelinhas percebo-as melhor que ninguém.
Não tenho culpa, sabes que não. Mas não é por isso que deixo de sentir remorsos. E já dizia o outro que "o remorso é uma coisa tão incrível as imagens organizam-se de forma acessível". O telefone toca... O que é que fazes...? Nada... nada.
Eu não posso. Não sou eu.
Eu brinco, jogo, sorrio e lanço gargalhadas estridentes. Para mim não passa de mais uma diversão, mais uma actividade, mais uma forma de atenção.
Sinto que magoo com cada gesto a menos, com cada palavra a menos, com cada sentimento que não possuo, com as coisas que poderia fazer e não faço, com as coisas que poderia dizer e não digo. Faço por bem mas com isto faço pior. Será? Dizes que não tem fim. Eu dou-te o fim, queres?
Não sei se consigo. Sou egoísta demais para dar e egoísta demais para perder.
E agora, puto?
Deixa-me adormecer ao teu lado com sono de bebé...

Beep-beep.
Tenho que ir, desculpa. Amanhã... amanhã... amanhã falamos.
Onde vais?
Casa...
Então adeus.
Adeus, adeus.

Beep-beep.
Mãe, não sei a que horas chego...