terça-feira, setembro 04, 2012

terça-feira, junho 19, 2012

Mísera sensação de fazer mentalmente a lista de compras para o dia seguinte enquanto toca Tom Waits.Que se foda digo não digo não sei não quero saber já me perdi nos meus próprios sentimentos sensações emoções. Unhas roídas em mãos desarranjadas à mercê de um banho de emersão que me comprometi a tomar. Que se foda digo. Digo desdigo não sei.

segunda-feira, junho 18, 2012

Nostalgie

E vem a sensação intemporal de abrir o 2ºmaço de tabaco, acender um cigarro.
Ter a voz da Billie a tocar para mim.
Esticar-me no chão, deitada, como um gato, a ter imagens a passar na minha cabeça.
Coisas que gosto.
Que não gosto.
Que tenho saudades.
Outras que queria esquecer.
Outras que sei que me lembrarei para sempre.
Foi um dia de merda. Isso foi. Podia ter lido um livro e não li. Ter visto um filme e não vi. Tomado um banho de emersão ao menos e não tomei. Saído à rua, respirar ar puro e não saí. E logo quando me apetecia tanto ir dar um passeio, tomar um bom banho, ver um filme e esparramar-me no sofá com um livro.
E agora são 3 da manhã e não durmo, sem saber exactamente o porquê. Vou fumando, vou ouvindo, vou pensando, imaginando e deixando-me cair na ténue sensação de aborrecimento compulsivo.
Não, em vez de ir dormir com um sorriso na cara, vou alimentando esta pseudo-depressãozeca a ver no que dá.
Tédio.
O prazer do tédio que nos da a ilusão da superioridade quase divina. Como a das grandes heroínas da literatura europeia. Gostava de ser uma dessas. Talvez venha daí este momentâneo prazer do tédio.

Bolas, eu com 17 anos escrevia melhor que isto.

 

domingo, junho 17, 2012

Quem quer que seja a pessoa

Que inventou a noção "EXAME NACIONAL", devia levar no cu de um cavalo. Com força.

Atenciosamente,
Eu.
O sol já nasceu.
Não bebi vinho esta noite, mas bebi todo o ar fresco das ruas e adormecerei tranquila.

quinta-feira, junho 14, 2012

Olhar(es

Quando o sol brilha, tudo parece muito mais simples.
E eu tenho muita sorte.

terça-feira, junho 12, 2012

Bem-vinda a casa (numa voz bem calma)

Acabada de entrar, pensava como reconforta a alma
Nunca tão poucas palavras tiveram tanto significado
E de repente era assim, do nada, como um ser iluminado -
Tudo fazia sentido, respirar fazia sentido,
Andar fazia sentido, todo o pequeno pormenor em pensamento perdido

E, de repente, voltar a esta casa aconchega-me.
Voltarei a escrever.
Mas devagarinho, ainda agora aprendo a viver.

Boa tarde!

P.S: Se vieres espreitar este sítio (duvido que o faças, mas ainda assim), evita pensar mal de mim. Não é que me importe, apenas sei como é fácil perder tempo a julgar em pensamento algo ou alguém que não tem culpa. A realidade não é como a mente. É bem mais fácil. Bem mais real. Bem mais bonita. 
Se vieres espreitar este sítio (duvido que o faças, mas ainda assim), toma um beijo para te aconchegar nas noites frias, nas noites quentes, um beijo que guarda a memória. E não há nada de mais belo. A memória. Ela faz com que o coração não seja um lugar vazio. 

terça-feira, janeiro 03, 2012

2012

Tens razão. Fica mais um registo no arquivo só por um post feito desde há 3 dias.
É giro.
Engraçado. (No fundo não vale nem sequer a pena escrever sobre isto).
Há uns anos atrás estes blogs todos tinham tanto mais interesse. Por um lado, podia-se dizer que eram "casas" (Sim, também me inspirei em ti para dizer isto).
Eu estou horrivelmente farta disto. Não de escrever. Isso não. Mas desta casa.
E como tenho idade para isso, quero sair do ninho. Começar algo novo. Who cares? Alguma coisa deste género...
Se bem que já o fiz... De quando são as minhas últimas notas? Do ano passado são, isso sim... mas meses, meses atrás...
Mas também... Nunca me soube despedir. As despedidas nunca funcionam, that i know for sure. Ora choramos imenso e temos pena quando afinal não era despedida, ora pura e simplesmente esquecemo-nos de o fazer e depois foi tarde demais... Ora.... aaaah who cares...
Beijinhos.
Mudei de casa.
Já agora...
BOM ANO!

quarta-feira, julho 27, 2011

(sweet) dreams are made of this

"Levanta-te e continua a correr. Corre". Sem forças, sem ar, com os pés esfolados, corro, continuo a correr, corro mais e mais e mais (nunca gostei de correr)... Tu. Estou quase a chegar, estendo-te a mão, tento abraçar-te... E afastas-te. Quanto mais me aproximo, mais te afastas. Corro mais, não aguento mais, corro mais... Tu ris-te. Ris-te, afastas-te a rir. E eu continuo a correr... até cair estatelada no chão... E tu continuas a rir...
Acorda. É só um pesadelo.
Respiro fundo.
-Como podes estar assustada? Eu nunca faria isso.
Abraças-me e está tudo bem.
O sonho repete-se um mês depois.
Uma semana depois.
Todas as noites.
E quando dei por mim.
Acorda. Não é um pesadelo. É mesmo assim.
Não consigo respirar.
Como poderia estar assustada? Porque foi exactamente isto que aconteceu. Talvez não tenhas tido o sentido de humor para te rires. Mas no final de contas... Vai dar ao mesmo.

segunda-feira, julho 18, 2011

As coisas mais horríveis à face da terra cometem-se por estupidez. Não por maldade.
É trágico perceber isto. Que foi a falta de coragem, a falta de noção, a falta de confiança que leva a perder aquilo que realmente tinha valor, aquilo que era o verdadeiro objectivo.
Que acreditámos demais nas circunstâncias, que aquilo que estava claro na cabeça, seria igualmente claro para os restantes.
Não é assim.
Queres, faz.
Acreditas, luta.
Ninguém o vai fazer por ti. Ninguém vai compreender o que pensas. Não basta dizer, há que fazer por isso.
O inteligente aprende com os erros dos outros. O estúpido precisa de os cometer.
É doloroso perceber isto.
É trágico.

(365) Days of... something

Estou com a tua camisola vestida. Ainda tem o teu cheiro. Não sei se não será da minha cabeça... mas sinto o teu cheiro. É o cheiro mais bonito do mundo para mim. Tenho o teu charuto na mão e não me passa pela cabeça fumá-lo. Está à tua espera. Estamos à tua espera.
Tenho imagens diante os meus olhos. Uma retroespectiva. Se isto fosse um filme as imagens passariam mesmo a sério, bem montadas ao som de uma música bonita. Este ambiente está a acontecer mais ou menos. A voz do Jacques Brel acompanha-me os pensamentos.
Acho que é masoquista o que estou a fazer. E as lágrimas escorrem-me mesmo pela cara. E o sorriso está estampado no rosto. Fazes-me sorrir. Mesmo a tua ausência faz-me sorrir. Mesmo as saudades que me cortam aos bocadinhos fazem-me sorrir.
Como explicar isto? Chama-se importância. Chama-se memória. Chama-se valor. Chama-se amor (isso é banal, não é?).
Há um ano atrás também ouvia uma música e também tinha uma retrospectiva diante dos olhos e um sorriso. E olhava a lua e pensava em ti e pensava no quanto eu era feliz. Ah e abraçava a tua almofada e sentia o teu cheiro.
Por que escrevo? Não sei. Tu não vais ler isto, apenas um par de curiosos que podem eventualmente passar aqui.
Será que pensaste em mim hoje e ontem? Será que sorriste? Será que ficaste triste? Será que ainda estou presente no teu quarto? Ou arrancaste tudo? Será que pensas em mim quando adormeces? Será que ocupas a cama toda ou ainda tens o hábito de não te encostares à parede? Eu tenho. O teu lugar está reservado na minha cama. O Sunnie vem ocupá-lo de manhã. Acho que ele também sente a tua falta... Veio cheirar a camisola e olhou para mim. Tem um ar tão triste. Se calhar também é da minha cabeça... na verdade os cães têm quase sempre um ar triste.
Sinto-me o Eddie, sabes? "vou comprar um terreno. vou construir um curral, uma cerca para os cavalos... até podemos ter galinhas"... Às vezes gostava tanto que fosse assim. Pedir-te... vamos embora daqui. Vamos para uma casinha algures longe de tudo, com uma vista bonita, ter uma horta, um gato, um cão, sei lá... Eu contigo nem me interessa bem onde estar. Até passei meses a tomar banhos de água fria...
Estou a divagar demais. A pensar demais. A recordar demais. O Jacques Brel já repetiu tantas vezes nestas colunas, e repete mais uma vez, aquilo que te peço... ne me quitte pas...
Ne me quitte pas...
Ne me quitte pas...
Continuo com a tua camisola. E continuo a sentir o teu cheiro. E continuam-me a doer as saudades que tenho tuas. E continuo a pedir...
Ne me quitte pas...

(E ainda assim, não sei escrever sobre ti.)

segunda-feira, julho 11, 2011

Why do we do?

Por que vivemos?
A sério... Por que vivemos?
Por quem? Para quê? Porquê?
Não há nada por que valha a pena lutar.
Nada por que valha a pena sofrer.
Há pessoas que gostam de nós e nós delas... Um mundo de cafés e cigarros. Ideias de um futuro... Que futuro? Empregos das 9 às 5? Sonhos de teatro e Hollywood? Que teatro? Que Hollywood? Já não há arte, já não há sonhos... Que futuro?
As pessoas já não sabem amar.
As pessoas já não sabem viver.
Um mundo em paz há 60 anos... É isto ao que chegámos? Não há nada por que lutar. A arte não me diz nada. O dia-a-dia não me diz nada.
Não tenho nenhuma vocação especial.
Não tenho nenhum emprego especial.
Nada do que eu faço é especial.
Para que viver?
Para que passar o tempo à espera? E do quê? Eu não espero nada.
Deixei de ter medo. Não tenho medo de ser assaltada, violada, cortada aos pedaços. Não tenho medo de andar de avião. Se cair, e depois? Não tenho medo de beber de mais. Se morrer, e depois?
Sinto vergonha de pensar estes pensamentos.
Sinto vergonha de escreve-los.
Sinto vergonha de os publicar num sítio, que ainda que ninguém leia, está ao alcance de toda a gente. Sinto vergonha. Mesmo. De mim, das pessoas que pensam isto.
Mas a verdade é esta.
Se eu pudesse sair sem magoar ninguém, sairía. Não posso.
Eu não percebo.
Juro que não percebo.
Por que vivemos.

sábado, julho 09, 2011

Dá-me um tiro se isso te faz sentir melhor.

quinta-feira, julho 07, 2011

Olha para mim.

Olhas para mim e viras-me as costas.
Olha para mim.
É verdade, o meu amor continua o mesmo. As minhas mãos têm o mesmo toque carinhoso. Os meus olhos olham para ti com a mesma admiração. A minha boca beijar-te-ía da mesma maneira. As minhas asas fechar-se-íam à tua volta da mesma maneira quando de abraço. Far-te-ía voar da mesma maneira.
Olha para mim.
Olha para mim!!!
Nunca me fui embora. Estive sempre aqui. Sempre sonhei contigo, sempre senti o teu cheiro, sempre me doeu o corpo por dormir sem ti. Sou a mesma. O meu sorriso que adoras é o mesmo. O meu riso que te irrita em demasia é o mesmo. O meu cheiro é o mesmo. O meu corpo é quase o mesmo... emagreceu sem ti. Morre sem ti...
Olha para mim, porra!
Não fui eu quem ti virou costas, foi uma escolha tua. Pensar errado, foi uma escolha tua. Perder-me, é uma escolha tua. Macacos na cabeça, foi uma escolha tua. Porquê? Que fiz de mal? Explicas? Ou virar as costas é agora a tua praia?
Olha...
Dormimos juntos, comemos juntos, passeámos juntos, fizemos amor, trocámos beijos, entrelaçámos as mãos, fizemos planos, brincámos, rimos, discutimos, vimos filmes, lemos coisas, ouvimos música, andámos de barco, andámos de carro, andámos a pé, corremos, apanhámos chuva, vimos o sol a nascer, acordámos de noite, bebemos vinho, fizeste-me chá, seguraste-me a mão no hospital, perdemos chaves, discutimos, rimos, abraçámo-nos...
Olha para mim.
Dissemos coisas más, confessámos coisas, sussurámos ao ouvido, falámos sem palávras, gritámos, falámos baixinho. Coisas que não quero ouvir. Coisas que não quero dizer. Coisas...
Olha para mim...
Não peço o teu amor.
Não peço o teu abraço.
Não peço o teu beijo.
Não peço...
Só te peço isto.
Olha para mim.

quarta-feira, junho 08, 2011

sábado, abril 02, 2011

Perna de Pau

As pessoas não escrevem por estarem felizes. Só a tristeza profunda dá vontade de esquecer o que o cérebro diz e falar exclusivamente por escrito. Emoções. Deve ser essa a palavra, não sei. Há um ano atrás eu dava tudo para perceber o que é isso das emoções e lágrimas. Agora dava tudo para não saber o que é isso. Para não ouvir os pensamentos. Para não ter imagens quando fecho os olhos. Para não saber que a água que sai dos olhos se chama lágrimas. A galinha da vizinha é sempre melhor, não é? Mas o que é que se faz quando se perde o rumo? O que é que se faz quando já não se tem sonhos, apenas pesadelos? O que é que se faz quando dormir é doloroso e estar acordado dá vontade de dormir e não acordar? Mas temos obrigações. Para com o trabalho, para connosco, para com os outros... O que é que se faz? Como é que se mata a dor? O trifene não parece ajudar nem o benuron. O que é que se faz? Afinal, o que é melhor? Sentir ou não sentir nada? Cada palavra deste texto é ridícula. Apetecia-me apagá-lo e não publicar, mas também que importa? Ninguém vem aqui. Já ninguém lê. Já ninguém quer saber, eu já não quero saber. A época dos blogs, dos escritos... Já era. Já foi. Porque é que as coisas são assim? Porque é que não podemos ser todos, apenas felizes? Porque é que vem uma luz incandescente e irritante que te ilumina e diz "NÃO!" (chama-se realidade)? Porquê? Eu não entendo. Hoje estive a ver crianças a brincar no parque. Também eu já fui criança e já brinquei neste memso parque. E caí do baloiço de cabeça e doeu-me mas não fui ao hospital nem deitei sangue. Passou-me a dor com um gelado Perna de Pau. Porque é que eu agora não posso comprar um gelado e esquecer isto? Esquecer que dói? Porquê?

terça-feira, novembro 16, 2010

Hallelujah

Acredito no amor. Mesmo quando não sabia exactamente o que era, quando não passava de palavras bonitas em livros e imagens em filmes, sempre acreditei no amor. Mesmo quando não acreditava que ele existia, sempre acreditei no amor. E vou sempre acreditar.
Porque a pele levanta-se em pontinhas pequeninas. Arrepios.
Porque o estômago parece enrolar-se como o meu cão quando tem medo.
Porque as lágrimas escorrem mesmo sem eu estar triste. Muito pelo contrário. Quando quero parar o tempo para sempre naquele instante único nos teus braços.
Sim, sou eu a falar. Eu que fui céptica. Que achava o amor uma belíssima discussão, com um copo de vinho tinto e cigarros. Que me achei única no mundo por ser inatingível pelas setas do cupido. Eu que dizia "Serei solteira para sempre e viverei nas águas furtadas com um par de amantes italianos ou franceses, artistas".
Sim, sou eu. Eu acredito no amor. Porque ele existe. Ele acontece. Ele é real. Não é bonito. Não é perfeito. Tem o antes e o depois dos frames idílicos do cinema. É um medo constante de me deixar dominar, de me perder, de te perder. E leva-me a chorar por vezes. E ficar chateada. E dói, por vezes. Quando é confrontado com a realidade simples e banal do quotidiano.
Mas o amor é uma coisa natural. Como o ar, como a água. O amor faz-me não ter frio à noite. Faz sorrir com uma palavra, com uma mensagem no ecrã do telemóvel. Faz querer deixar de fumar. Faz querer ser magra e bonita. Dá prazer de cozinhar. Dá os doces tremores da expectativa. Abrir-te a porta, ir ter contigo, dar-te um beijo, por a cabeça no teu ombro, segurar a tua mão, olhar para ti e constatar que és a pessoa mais bonita do mundo. Eu acredito no amor. Porque acredito na vida. Porque acredito que quando chove, é porque as flores têm sede. Eu acredito no amor, porque quando abri a janela hoje estava tanto sol e depois olhei para ti e tu estavas a olhar para mim e eu não queria mais nada para ser feliz. Apenas naquele instante, mas feliz.

segunda-feira, novembro 08, 2010

quarta-feira, outubro 20, 2010

riders on the storm

Querer viver intensamente casa instante. Às vezes é aí que está o problema. Não saber respirar e aproveitar uma hora em silêncio, calada, na quieta solidão.
Desprezar a banalidade e o comum. O comum é aborrecido, por isso vamos sempre buscar adrenalina. Seja qual for a sensação, que seja real.
Daí o choro, daí o que os tolos chamam de insanidade. Tolos? Razoáveis?
Ver precipícios em terra plana. Confundir a realidade e a imaginação, opondo-os e brincando com eles qual peças de lego.
Pobre actor que em pleno palco se contorce e pavoneia para nunca mais se ouvir. É uma história contada por um parvo, toda ela som e fúria mas que nada significa.
Retirei-o do meu peito assim que soube que não era de pedra, embrulhei-o e pus-lhe um laço, para se manter sempre quente e bonito, entreguei-to. Não sabia que eras fã de malabarismo. Vais-lhe dando voltas, atiras ao ar, apanhas, abraças e atiras outra vez.
Nunca sei o que esperar. Fico aos pulos à beirinha, a ver se caio ou se há onde me agarrar. Nunca sei. Por vezes sopra um vento quente que me acompanha e aconchega, permitindo que adormeça enroscada a um canto, com o sono mais tranquilo do mungo. Por vezes balanceio-me numa só perna sem saber se o próximo passo é a queda.
Girl, you gotta love your man.
Girl, you gotta love your man.