domingo, janeiro 20, 2008

While my guitar gently wheeps

Coisas que fazemos
Palavras que dizemos e não queremos
Sussuros ao ouvido que não são para ser ouvidos
O que sentimos e não sentimos
O que fingimos sentir
Desejos que temos
Horas dispersas que perdemos
O caminho que seguimos
As estradas que escolhemos
Minutos escolhidos depois esquecidos
Momentos perdidos
Sorrisos esboçados
Risos forçados
Noites que não dormimos
Dias ensonados
Histórias que contamos
Álcool que bebemos
Cigarros que fumamos
Músicas que ouvimos baixinho
A televisão desligada
Copos partidos
Livros que lemos sobre coisas que vivemos
Textos que escrevemos
Quadros de Turner e garrafas de tinto
Palcos pisados
Segredos roubados
Asas cortadas
Ideias trocadas
Suspiros cansados
Cenas mal-ensaiadas
Querer ser alguém, dizer que não se é ninguém
Génios mal-inventados
Melódias mal-cantadas
Gritos silenciosos
Silêncio ensurdecedor
Luzes da cidade que nunca dorme
Portas abertas, janelas fechadas
Loucos, loucos dizem.
Loucura condensada em dois pares de meias-frases

3 comentários:

Marta Queiroz disse...

'Asas cortadas'
Só se tu deixares.

Bom.

Sofia disse...

Asas cortadas, não sei.
Mas inspiração redobrada, parece-me que sim.
Só é pena que isso não seja de contágio perigoso. Podia ser que fosse eu a contaminada..! Pois, parece que não!
Mas ainda bem que te voltou o ânimo! :)

Gostei!

Anónimo disse...

Um texto quase genial vá.