sábado, setembro 12, 2009

Sunrise doesn't last all morning,

Tudo andava à volta do mesmo a uma velocidade surpreendente. O tempo à volta do tempo à volta das horas e dos minutos sem dar tempo. Os sonhos a dar lugar aos pesadelos e vice-versa e o acordar com o som do despertador. Aqueles três anos a passar num ápice e eu agora mal me lembro. Já não me lembro das lágrimas nem dos gritos nem dos sorrisos nem do medo. As desculpas infantis ("Eu..."; "Eu..."; "Eu..." e outros afins). Aquela idade infantil em que julgamos ser já sábios. Usar palavras que mal sabemos o significado mal-empregadas em frases bem-construídas. A loucura. A sanidade. A mentira. O esconderijo. Este texto. As tuas mãos. O passado. O presente. O futuro. A Dri. Sempre a Dri. No meio de tanta merda, a Dri. A Dri dos livros e da arrogância e da simpatia e da semelhança e da diferença e do humor e do humor negro. Reticências? Algum símbolo de algo por dizer? Ou simplesmente quando não temos nada a dizer? Ou porque deixamos algo pendente. Porque somos incompletos. Seremos sempre incompletos até ao fim. Até à morte. O que é a morte? O tal mundo inatingível. Ninguém voltou. Je ne sais pas. Que idade tão jovem. E a juventude uma palavra com um sentido tão duplo. Magoar. Saber magoar. O Renato. A prova viva de como se cometem erros nesta estúpida idade infantil. Os poemas e a cama e a janela e os comboios e o que se lixe. Realmente que se lixe. O Renato e frase que eu não sei usar. Amo-te. Que treta. Não sei pronunciar. Não sei dizer. Talvez até saiba sentir mas nunca saberei mostrar muito menos a quem quero. O Edgar e as saudades daqueles tempos vivos saudáveis pela sua inocência tão pouco inocente e aquele mundo de cinema da premiére do café e do tabaco. Nunca vi um texto tão perdido e mal-construido mas que importa? Realmente que importa? A Isabel. A Isabel sensível. A Isabel sensata e bonita. Coisas. São só coisas. A Raquel e o carrossel. Não faz sentido nenhum. Os chapéus da Celina. O sorriso da Celina. Os textos que ela me escreve e eu tento responder em vão porque não sei ser sensível quando devo apenas no momento menos oportuno como por exemplo agora. Sei magoar. Não sei sair magoada. Porquê? Porque magoo? Porque choro? Porque sorrio? Porque pergunto isto ao ar? Ele. Eu. O carro. O sexo. O sexo no carro. O sexo fora do carro. A cama. O Chanel. As laranjas. Só frases soltas. Isto começou por ter piada e agora nem sentido faz e remexe nas células mais separadas do meu cérebro. A infantilidade que eu não queria ter presente. O amor. Quero absolutamente o verdadeiro e o apaixonante. Quero a natureza humana na sua mais pura essência. Adeus aos tempos da superioridade infantil. Adeus ao Fausto. Adeus ao carrossel. Adeus ou até já ou até breve ou até logo. Quero o verdadeiro. Quero a verdade. Quero a dor e a pureza da verdade. Qual verdade?

1 comentário:

Wolve disse...

a beleza da Lisboa das fotografias, quase romantica, com os hippies no camões, as pessoas bem vestidas e felizes; as noites lindas à volta de um cigarro e uma grade de minis...

aquelas coisas... que nunca chegam a ser coisas. Só sonhos...

Sei bem o que escreves, não foram só frases soltas. pelo menos, não para mim, acredita.

Wolve