quinta-feira, fevereiro 11, 2010

um dia.

Há dias assim. Não sabemos bem quando começam e onde acabam. Dias de merda, por assim dizer.
Dias onde a nostalgia bate e o futuro assusta. Dias em que gritamos por dentro "Mãe, quero voltar ao teu ventre". Dias de merda, por assim dizer.
Hoje é assim.
Hoje sei que já não sou a miúda dos bastidores, a miúda inteligente que faz tudo, ajuda em tudo, fala de tudo e constrói um mundo no tampo de uma mesa de bar.
Hoje sei que a vida é dura.
Hoje já não posso ser a Irina do primeiro Acto e ainda não sou a do segundo.
Hoje estou como a Nina do primeiro Acto... As pessoas, os leões, as águias e as perdizes..., mas já não posso.
As cartas estão lançadas.
Eu vou ser aquilo que quis. Nem que para isso tenha que viver nas águas-furtadas, comer apenas pão de centeio, recusar o amor dos próximos e afins... E vou perceber que a probabilidade de um teatro da cidade é reduzido. Será então o da província, será o que o destino que me reservar. Vou perceber que vou ter de comer merda se um dia quiser voltar a sentir o sabor do chocolate.
Mas as cartas estão lançadas.
Eu amo. Eu amo e vou até ao fundo do poço.
Se um dia precisares da minha vida, vem e toma-a. Pois é o máximo que posso oferecer.
Há dias assim.
Boa noite. Boa noite. Boa noite.

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