domingo, maio 02, 2010

childish and foolish

sim, às vezes comporto-me como uma criança e faço choradinho cá dentro quando não tenho o que quero e irrita-me bastante fazer a birra interior e não me ligarem nenhuma. e magoa-me quando as coisas são assim. vazias, inúteis, insensíveis. eu também já fui assim. mencionei pessoas no meu blog com palavras de memórias carregadas de significado, mas sem dar uma única hipótese de uma segunda tentativa. eu por acaso acho bonito. mais vale ser umas palavras com significado do que não ser nada. é a minha maneira de ver as coisas. e o amor é aquela coisa esquisita. eu não posso dizer que amo. nem que não amo. se eu fosse filosofa ou coisa assim, poderia inventar metáforas incontáveis, mas não sou. nem gosto de fórmulas correctas. o ser humano não é assim tão complicado mas também não é básico ao ponto de ser rotulado. eu gostava de nós como nos imaginava. simples mas verdadeiros sendo tu como és e eu como sou, com o sarcasmo e com o vinho e com os mil filmes que eu nunca vi. mas isso era antigamente, quando eu nos imaginava. na realidade não é bem assim e não é nada verdadeiro nem simples. isto sou eu a (tentar) falar do amor. ou da paixão. ou da incompreensão. ou da sensibilidade. nem eu sei bem. sei que quando era pequena imaginava que aos vinte anos já seria uma mulher a sério. mas depois olho para ti e vejo que não sou mulher nem o serei tão cedo. olho-te com os mesmos olhos de criança admirada. na minha imaginação infantil o correcto era queres-me proteger para sempre. a alice dizia que "vocês querem uma rapariga que se pareça com um rapaz. querem protegê-la..." mas se calhar o patrick não vos conhecia assim tão bem. eu não preciso de protecção. mas era assim que devia ter sido e não foi. nós já fomos diferentes. já fomos tanto mais não sendo nada. agora parece que já passámos tudo e não sobrou uma única coisa verdadeira a que me possa agarrar. e continuo sem perceber porque é que, se isto é tudo tão confuso, continuo a ver pessoas felizes nos transportes públicos. sabes, quando ela lhe adormece no ombro e coisas assim, foleiras e simples. nós até merecíamos ser assim. mas é tudo vazio, insignificante, sabes? eu sei que sabes. mas não percebes. nem eu percebo. mas sei que não está correcto tudo isto.

"À minha volta reprovava-se a mentira, mas fugia-se cuidadosamente da verdade." (Simone de Beauvoir)

2 comentários:

bulletproof disse...

(isto é uma homenagem antológica, não é?)
:)
um beijo.

Niusha disse...

(sinceramente, não percebo bem o significado de "homenagem antológica" no contexto disto, se é que estou a seguir o raciocínio, mas, sim, deve ser isso. E sabes isso não só porque és inteligente, mas também porque tens o Big Brother instalado :P)
;)
Bêjo sista.