quinta-feira, julho 07, 2011

Olha para mim.

Olhas para mim e viras-me as costas.
Olha para mim.
É verdade, o meu amor continua o mesmo. As minhas mãos têm o mesmo toque carinhoso. Os meus olhos olham para ti com a mesma admiração. A minha boca beijar-te-ía da mesma maneira. As minhas asas fechar-se-íam à tua volta da mesma maneira quando de abraço. Far-te-ía voar da mesma maneira.
Olha para mim.
Olha para mim!!!
Nunca me fui embora. Estive sempre aqui. Sempre sonhei contigo, sempre senti o teu cheiro, sempre me doeu o corpo por dormir sem ti. Sou a mesma. O meu sorriso que adoras é o mesmo. O meu riso que te irrita em demasia é o mesmo. O meu cheiro é o mesmo. O meu corpo é quase o mesmo... emagreceu sem ti. Morre sem ti...
Olha para mim, porra!
Não fui eu quem ti virou costas, foi uma escolha tua. Pensar errado, foi uma escolha tua. Perder-me, é uma escolha tua. Macacos na cabeça, foi uma escolha tua. Porquê? Que fiz de mal? Explicas? Ou virar as costas é agora a tua praia?
Olha...
Dormimos juntos, comemos juntos, passeámos juntos, fizemos amor, trocámos beijos, entrelaçámos as mãos, fizemos planos, brincámos, rimos, discutimos, vimos filmes, lemos coisas, ouvimos música, andámos de barco, andámos de carro, andámos a pé, corremos, apanhámos chuva, vimos o sol a nascer, acordámos de noite, bebemos vinho, fizeste-me chá, seguraste-me a mão no hospital, perdemos chaves, discutimos, rimos, abraçámo-nos...
Olha para mim.
Dissemos coisas más, confessámos coisas, sussurámos ao ouvido, falámos sem palávras, gritámos, falámos baixinho. Coisas que não quero ouvir. Coisas que não quero dizer. Coisas...
Olha para mim...
Não peço o teu amor.
Não peço o teu abraço.
Não peço o teu beijo.
Não peço...
Só te peço isto.
Olha para mim.

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