segunda-feira, outubro 04, 2010

lethal weapon

Chá verde de manhã. Cereais com leite, para não fumar em jejum.
O cigarro.
Outro cigarro.
Que vício degradante. Um dia deixo de fumar. Deixo mesmo.
Dor no peito. Dor forte. Como um punhal a ser espetado devagarinho.
As lágrimas não saem.
É duro perceber que os pequenos erros de infância, que já doeram na altura, se voltam contra nós numa idade mais adulta. Digo mais. É injusto. Já pagámos por eles na altura. Já choramos na altura. Para quê alguém voltar para nos relembrar disso e assim tirar-nos da ilusão e do sonho onde estávamos tão confortavelmente instalados?
Morrer, dormir, mais nada. E num sono dizer que cessou o torno no peito e os mil choques naturais... Dormir, porventura sonhar...!
Não. Dormir. Dormir ali onde me habituei a adormecer com sono de bebé, protgeida por um ombro forte.
Ignorar a razão. Desprezar a lógica e a inteligência.
Fechar os olhos, cerrar os punhos e saltar cá para baixo sem saber qual é o fundo onde vou bater.
Implorar por um perdão sem razão? Não... provar que existe no sonho um presente antepassado de um futuro próximo banhado em raios de sol.
Have perhaps more actual troubles, but less imaginary ones.
Acredita em mim! Se me deres a tua mão e partilho contigo a receita para uma vida bela e sorridente, porque eu a conheço. Fui eu que a inventei. Eu conheço o truque para ser feliz, ainda que por breves instantes. Acredita. Não te deixes prender pelos teus pensamentos duros e sombrios. Acredita em mim.
As lágrimas continuam sem cair.
O chá continua demasiado quente.
E nó não sai da garganta.

P.S: Mas voltei a escrever. Não me parece um bom sinal.

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